Outubro é o mês da conscientização sobre a importância da prevenção e detecção precoce do câncer de mama. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), dos cerca de 960 mil novos casos de câncer diagnosticados no Brasil este ano, 60 mil serão de mama.
Em 2017, a campanha nacional Outubro Rosa, que chega a sua décima edição, visa conscientizar a população feminina, apoiar as pacientes com câncer, bem como seus familiares e amigos sobre a importância de munir-se de informação e participar ativamente do enfrentamento da doença.
Sob o tema “Pacientes No Controle – Atitude Exige Coragem”, a ação chama a atenção também para a necessidade de conhecer os direitos que garantem acesso ao diagnóstico e tratamento.
1. A mulher que retira o tumor perde a mama?
Mito. A cirurgia de retirada do tumor faz parte do tratamento contra o câncer e, em alguns casos pode ser necessária a retirada também da mama. Porém, isso não significa que a mulher vá perder o órgão.
Atualmente, a tendência é preservar a maior parte da mama, sempre respeitando a segurança da paciente. E a reconstrução, quando necessária, pode ser feita na sequência do procedimento cirúrgico.
2. O uso de desodorantes antitranspirantes aumenta o risco de câncer de mama?
Mito. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), essa confusão é muito comum porque alguns estudos já atentaram para o potencial cancerígeno de alguns compostos desses produtos.
Por outro lado, como informa a SBM, pesquisas consistentes concluíram que não há associação entre esses cosméticos usados nas axilas e o aumento de casos de câncer de mama.
3. Fazer mamografia todos os anos é necessário para detectar tumores?
Verdade. A mamografia é a principal forma de diagnóstico precoce da doença. Além de ser um exame eficaz para detectar lesões iniciais e não palpáveis, ela as classifica de acordo com o risco de evoluir para um câncer.
Anote: quem tem histórico familiar deve fazer o exame a partir dos 25 anos. As demais pacientes, após os 40.
4. A presença de caroços nas mamas é sinal de que a pessoa está doente?
Mito. Nem todo nódulo (caroço) é sinal de câncer de mama. Além disso, o diagnóstico da doença não é feito apenas por esse sintoma, identificado durante o autoexame. A mamografia também é capaz de identificar a doença sem que haja necessariamente a presença de caroços.
5. Pessoas obesas têm mais chance de desenvolver câncer de mama?
Depende. A relação entre excesso de peso e o risco de desenvolver a doença está ligada ao estado hormonal da mulher. Em outras palavras: após a menopausa, a obesidade é considerada um fator de risco. Antes, não. Entenda.
Após a Menopausa: pesquisas divulgadas pela SBM indicam que as mulheres obesas (índice de massa corporal maior que 28 kg/m2) tiveram um aumento da incidência da doença em 26%; e que o ganho de 20 a 29 kg aumentou o risco em 56%.
A principal hipótese para esses números é que, após a menopausa, o tecido gorduroso transforma um hormônio produzido na glândula suprarrenal (a androstenediona) em estrona; e, quanto maior o nível de estrona, maior seria o risco de câncer de mama.
Antes da menopausa: segundo a SBM, o peso elevado nesse período da vida não aumenta os riscos. A principal hipótese atende pelo nome de anovulação, fenômeno influenciado pela obesidade e que pode acarretar menores níveis hormonais.
6. Amamentar protege os seios do câncer de mama?
Verdade. Amamentar é um importante fator de proteção porque, quando o bebê mama, as células mamárias ficam “ocupadas” com a produção do leite e se multiplicam menos do que em outros períodos.
7. Menstruação precoce e ser mãe após os 30 aumenta o risco de ter a doença?
Verdade. O risco aumenta porque essas mulheres menstruam mais vezes ao longo da vida, ficando mais expostas aos hormônios estrogênio e progesterona. O estrogênio, por exemplo, estimula as células da glândula mamária a se reproduzirem.
Isso não quer dizer que essas pessoas estão condenadas a sofrer com a doença. Significa apenas que elas devem ficar mais atentas. Para essas pacientes, o mais indicado é fazer um controle adequado através do acompanhamento médico e de mamografias regulares.
8. Bebida alcoólica aumenta o risco de câncer de mama?
Verdade. Mesmo o consumo de poucos drinques por semana está associado a um risco aumentado de câncer de mama em mulheres. Esse risco pode ser especialmente alto em mulheres com deficiência de ácido fólico (vitamina do complexo B).
O álcool pode afetar os níveis de estrogênio, o que pode explicar parte do aumento desse risco. Beber menos álcool, portanto, pode ser uma forma de redução do risco de câncer de mama.
9. O uso de chá verde diminui o risco de câncer de mama?
Controverso. Algumas pesquisas indicam que o chá verde tem efeitos benéficos na inibição da proliferação celular, associando-o à diminuição de casos da doença. Outros estudos, porém, relatam que não há dados científicos para indicá-lo como protetor para o câncer de mama.
De todo modo, apesar da polêmica, o chá verde é um poderoso antioxidante e seu consumo pode ser considerado benéfico para a saúde.
10. Homens podem ter câncer de mama?
Verdade. Pelo fato de a glândula mamária masculina ser geralmente atrofiada, a incidência desse tipo de câncer é mais rara (apenas 1% dos casos é diagnosticado em homens). O tipo de câncer e os sintomas, porém, são basicamente os mesmos.
A grande diferença está na prevenção. Como o câncer de mama é uma doença muito incomum em homens, eles acabam não tendo o hábito de avaliar suas mamas. Por isso, quando descobrem o câncer, ele normalmente já está evoluído. Entenda.